Alguém já disse que o melhor patrão é aquele que age como empregado ao passo que o melhor empregado é, exatamente, aquele que age como patrão.
Esta aparente incoerência pode ser entendida se analisarmos que patrão agir como empregado deve ser entendido como se valer da atitude de manter diálogos com os supervisados, ouvir suas críticas e sugestões e ser sensível a suas reivindicações e seus desejos.
Afinal de contas, na maioria das vezes é exatamente o funcionário que mantém o maior contato com os clientes da empresa e consegue saber o que eles pensam e esperam de nosso negócio.
É também a pessoa que fica mais tempo no espaço reservado ao público e pode, assim, oferecer as melhores sugestões para tornar o ambiente mais agradável e produtivo.
Ouvir o funcionário significa eliminar o degrau do relacionamento e demonstrar-se um ser igual, respeitando o ser humano que existe dentro do outro e demonstrando respeito por suas opiniões e posicionamentos. Ao contrário do que se poderia imaginar, este tipo de relacionamento não estremece a relação de hierarquia, muito pelo contrário, gera sentimento de boa vontade e aguça o sentido da camaradagem criando um ar de cumplicidade positiva bilateral.
Não se está aqui querendo dizer que o patrão deve ser “bonzinho” e fazer vista grossa para os erros cometidos pelos funcionários.
Na verdade a idéia é a de que, ao se reduzir a distância hierárquica, possa-se gerar certo clima de companheirismo e cumplicidade permitindo que os funcionários não se intimidem em apontarem falhas e apresentar medidas aplicáveis para as soluções.
Nada pior para o desenvolvimento de uma empresa do que alguém que esteja em nível superior de comando se julgue um ser superior ao seu comandado desprezando suas idéias, menosprezando suas sugestões e ridicularizando suas tentativas de envolvimento.
A distância fica tão grande que pode vir a se tornar intransponível e uma valiosa fonte de informações se perderá irremediavelmente.
Patrões devem procurar se tornar parceiros de seus funcionários até para obter maior retorno sobre seus investimentos na empresa.
Quando se diz que os patrões, de repente perceberam a vantagem de se preocupar com a felicidade dos funcionários, isso evidentemente não significa que ficaram “bonzinhos” de graça.
Na verdade, o que as pesquisas mostram é que aumento de felicidade traz como conseqüência imediata, aumento de produtividade.
E é, de certa forma óbvio, pois pessoas felizes, em paz consigo mesmas, se libertam de tensões e conseguem transformar o trabalho em uma nova e renovada fonte de prazer.
Não é nova a idéia de que, “quem trabalha no que gosta faz com que o trabalho se transforme na maior fonte de prazer” ou “quem trabalha no que gosta e sabe fazer o que se propõe, vive em permanente estado de lazer”.
Estes antigos sabiam das coisas.
Patrões parceiros estabelecem parâmetros que permitem o crescimento de seus comandados e sabem detectar entre eles, aqueles que têm perfil de comandantes e os que têm perfil de comandados. Não se pode colocar gatos para puxar trenó. O patrão parceiro estimula o desenvolvimento das potencialidades de cada um de seus comandados e, depois, de alguma forma, permite a evolução e descobre alguma maneira de se beneficiar com isso.
O patrão parceiro sabe que, se tentar frear o espírito ascendente de seu supervisado, acabará por criar um inimigo poderoso, mas tem uma chance de aproveitar essa índole empreendedora do funcionário em benefício mútuo.
Patrões parceiros empreendedores estão permanentemente em busca de colaboradores com espírito empreendedor, pois este será o que lhe apresentará o melhor resultado e, com isso, será o de menor peso pecuniário dentro do organograma.