Ontem fui matar as saudades e assisti a uma palestra no SEBRAE. Foi bom para me recordar das inúmeras vezes que estive lá, no lugar do palestrante. Me enchi de vontade de voltar a exercer esta atividade tão prazerosa, manter contato com gente jovem de qualquer idade e interessada em ouvir o que lhe dizem.
Compartilhar conhecimento com uma platéia atenta e ávida por novidades e boas idéias é uma das sensações mais prazerosas que existem. Voltaram também a galope as lembranças dos bons tempos de professor universitário e a oportunidade de ver aqueles rostinhos assustados com as matemáticas dos cursos de engenharia e, pouco tempo depois, felizes por conseguirem constatar que o bicho não tinha mesmo tantas cabeças assim.
Depois de uma certa idade e, principalmente, da aposentadoria, aulas e palestras têm o poder de se transformar em uma espécie de máquina do tempo com a convivência e o envolvimento com gente que está começando a vida e buscando se capacitar e se qualificar para buscar o sucesso e a felicidade.
Este envolvimento oferece chances maravilhosas de receber pedidos de conselhos, cheios de timidez, e orientações fora dos horários das aulas. Como é gostoso atestar que boa parte da juventude, não contaminada pelos maus exemplos costumeiramente divulgados pela mídia, ainda confia nos cabelos brancos e nas carecas dos mais experientes.
Para nós é um choque saboroso perceber que nosso tempo correu e nos colocou naquele patamar etário que percebíamos em nossos pais e avós e que chegou a nossa hora de ajudar aqueles que estão ainda nos primeiros degraus da pirâmide da vida.
Pronto! Está decidido! Não vou ficar na vontade. Vou abortar a idéia da ociosidade e aceitar os convites para voltar às aulas e palestras. Na verdade não vou abortar, acabo de abortar.
Chega de promessas! Continuo na ativa e agora, as platéias que continuem me aguentando.
Bem feito! Quem mandou me convidarem para aquela palestra?