Pronto ! Foi dada a largada.
Apesar de mais curta, vai começar aquela malfadada temporada das campanhas eleitorais.
Aquela época dos sorrisos falsos, das falsas promessas, dos comportamentos dissimulados e das soluções espetaculares para todos os problemas.
Os lobos se lançarão à caça dos eternos cordeiros mansos, esperançosos, sinceros, honestos, crentes e os encherão de carinhos, afagos e gestos de amizade.
Serão gastos milhões para se conseguir um cargo cujo salário acumulado no período do mandato atinge alguns poucos milhares e, apesar deste paradoxo, a briga é sangrenta, cruel, desleal e desesperada. Todos querem entrar na caverna do Ali-Babá.
Novas moedas entram em vigor como, tempo de TV, apoios, cargos, promessas, promessas e mais promessas.
– Me coloca lá que eu ajeito a sua vida. – Me ajuda hoje e pode contar comigo amanhã.
Invasões compulsórias nos horários mais nobres da televisão com ladainhas sem a menor criatividade e discursos inflamados e cheios de obviedades. Legiões de anjos com asas abertas num interminável desfile digno de alguma escola de samba campeã.
Tudo lindo. Tudo produzido. Tudo sem falha. Tudo colorido. Tudo perfeito. Tudo igual.
E nós vamos embarcando, vamos acreditando, vamos nos posicionando a favor de um e contra outros, vamos nos desiludindo, vamos mudando de posição, vamos tendo nossas dúvidas, vamos tendo nossas certezas e, raramente nos damos conta que estamos sendo usados enganados, manipulados por quadrilhas profissionais e conduzidos como manada em direção ao matadouro.
Ao final do processo, damos nossa opinião, informamos nosso desejo, manifestamos nossa posição através de uma maquininha que nos ignora e produz o resultado para o qual foi devidamente programada. E nós aceitamos, acreditamos, confiamos, e sofremos com a queda do nosso candidato ou festejamos a vitória do nome escolhido. Em qualquer uma das hipóteses, o resultado terá sido apenas mera coincidência. Ou você acertou na programação ou não. Simples assim.
Será que pode existir alguma maneira de fazer emperrar esta máquina ? De desarticular este esquema tão bem construído, aprimorado e sofisticado ao longo de tantas e tantas décadas? Será que seremos capazes de cumprir as promessas que nos fizemos de não recolocar de volta no poleiro as aves de rapina que tomaram conta do nosso galinheiro? Será que teremos aprendido a fazer valer nossa vontade ao invés de nos deixar levar pela mídia amordaçada e pelos órgãos de pesquisa encomendada?
Se a esperança é mesmo a última que morre, vamos acreditar que, desta vez, deixaremos de ser fantoches e que conseguiremos usar o pouco tempo que dispomos para conseguir o voto impresso e o enterro definitivo da urna eletrônica e vamos iniciar a limpeza tão desejada de todos os nossos poderes constituídos.
Alea jacta est.
Resta acreditar no futuro e fazer a nossa parte: votar direito, compartilhar informacao de qualidade sempre que possivel. De resto, so’ mesmo Deus na causa. 🙂
Vamos fazer figas e continuar fazendo a nossa parte, praticando atos nobres e honestos deixando, pelo menos para nossos descendentes uma existência limpa e digna. Amém.