Casa de ferreiro

Consultor, na verdade, é uma espécie de aconselhador e como os sábios antigos já diziam que, se conselho fosse bom não era dado mas, vendido, pode-se concluir que um consultor não deixa de ser um aconselhador remunerado.

Aconselhar é uma atividade ingrata, cheia de surpresas e um exercício permanente de estatística, probabilidade e futurologia.  Pior ainda é quando o aconselhador tem a si próprio como cliente pois além de ter de acertar, a atividade será gratuita e terá a cobrança do pior dos críticos.

Aqueles que me acompanhavam através dos artigos deste blog, devem ter estranhado a longa ausência que, agora esclareço, foi causada por um problema pessoal bastante sério e intenso.

Como bom auto-aluno, procurei me valer dos próprios conselhos, tratei de buscar equilíbrio interior e uma enorme dose de disciplina, além da indispensável ajuda de amigos sinceros, seus ombros e colos reconfortantes. Como já sabia e esperava, depois de muita perseverança, muita luta, muito trabalho e enorme determinação, começo a sentir os primeiros resultados que me enchem de entusiasmo e me dão a certeza de estar saindo da queda livre e voltando a sentir a firmeza de solo firme sob os pés.

As cores recomeçam a brilhar e o ar readquire o aroma da alegria. A vida volta a ter aquela prioridade que nunca deve ser ignorada. Ressurge o sentido pleno e o verdadeiro significado de esperança.

Estou aqui de pé e à ordem para retomar a produção de meus artigos, esperando poder voltar a contar com a fidelidade de sua companhia, que é o mais importante e minha maior fonte de motivação.

Espero poder continuar contando com suas críticas construtivas bem como com as, sempre bem-vindas, sugestões de novos temas para reflexão.

Vamos cortar a fita e reinaugurar nosso espaço.

Vamos, juntos novamente, provar que, sim, é possível dizer que em casa de ferreiro, espeto é de ferro.  Ferro-liga, ferro nobre e inoxidável.

O grande ingrediente, o grande remédio, a panacéia tão sonhada é apenas a simples combinação de auto-estima e amor-próprio.

Mãos à obra!

 

A Felicidade

Após anos no exercício do verdadeiro sacerdócio, que representa a docência no nosso Brasil, a perda sistemática de cabelos e o clareamento intensivo dos escassos fios remanescentes, algumas experiências assumem relevância suficiente para serem compartilhadas e, quiçá, servirem de motivação e esclarecimento a algum jovem que nos dá o prazer e o privilégio de sua visita a este nosso despretensioso espaço.

Uma delas é a clássica pergunta:- Professor, que carreira devo seguir?

Na somatória das respostas apresentadas, poderíamos oferecer o seguinte resumo:

Filho! A única pessoa no mundo capaz de responder a esta pergunta é você mesmo. Talvez possa ajudá-lo a parametrizar o encadeamento de sua meditação com algumas considerações como:

– Não se deixe levar pelo posicionamento atual no mercado pois durante o tempo em que permanecerá na faculdade, tudo pode mudar significativamente.

– Dentre as alternativas que tem aí, dentro de você, imagine-se formado nelas e saindo de casa pela manhã em direção ao trabalho, ao  exercício diário das habilidades adquiridas nos anos de estudo.  Em qual delas, acha que se sentirá mais confiante, mais seguro, mais feliz?

– Pronto!  Surgiu a palavra mágica que deve acompanhar esta e qualquer outra decisão que envolva o desenvolvimento de sua vida: FELICIDADE.

– Imagine-se saindo para o trabalho sabendo que passará o dia, semana, mes, ano inteiros, a vida inteira exercendo uma atividade que não gosta. Que existência será esta?  Terá valido a pena todo o sacrifício investido na obtenção do tão sonhado canudo?

– Pense agora, no outro lado desta mesma moeda, com você saindo de casa para exercer uma atividade que lhe dá prazer, que lhe traz segurança, que o faz ir em frente com um sorriso nos lábios por estar se dirigindo a um local que lhe traz paz e FELICIDADE.

– Não se esqueça de colocar na balança o fato de que, durante o período acadêmico, as realidades de remuneração de cada uma das profissões podem trocar várias vezes de posição no ranking.

– A vida não é uma ciência exata e tem um número muito maior de incógnitas do que de equações.  Assim, siga seu instinto natural e não force a natureza. O sucesso financeiro, para valer a pena, deve passar antes pela maravilhosa sensação da realização pessoal e, bem a propósito, geralmente, é simples efeito colateral da construção de uma carreira bem conduzida.

– Em suma, marche firme em busca da FELICIDADE e coloque sua vida na mão da retidão, da competência, da ética e o sucesso será mera consequência.

– O verdadeiro sucesso é alcançar a FELICIDADE, não é simplesmente ganhar dinheiro.  Nunca a perca de vista para garantir que valeu a pena ter nascido.

COMO VENDER MAIS CERVEJAS GELADAS

Lembram-se daquele meu amigo Rui, também estudioso de marketing de quem publiquei um artigo aqui no nosso blog?  Pois bem, hoje tem mais Rui para vocês com outro saboroso e precioso texto.  Curtam.

Manhã ensolarada de sábado, estávamos meu vizinho e eu conversando em frente à varanda de minha casa quando o Gilson, dono do “buteco” lá da esquina da outra quadra me chamou a atenção: era a quarta ou quinta vez que ela passava de bicicleta pela gente, ia até o final da rua e entregava alguma coisa em algumas das casas daquele lado. Quando estava voltando, brinquei com ele, perguntando se estava fazendo “bico” em alguma empresa de entrega de encomendas, ao que ele riu e me entregou um pequeno folheto onde se lia: “Bar do Gilson – salgadinhos, refrigerantes e cervejas bem geladas. É só ligar que a gente entrega na hora!” e arrematou rindo – “E to vendendo pra caramba, deu pra notar?” E eu, cá com os meus botões: mal sabe o Gilson que está, na sua maneira simples de pensar, aplicando modernas técnicas de marketing na sua empresa – o barzinho da esquina do outro quarteirão, coisa que muitas empresas, bem maiores e mais estruturadas, não praticam, seja por desconhecimento ou por falta de visão de mercado.

Definitivamente, temos que nos conscientizar que os tempos mudaram. As novas tecnologias estão cada vez mais novas e, diga-se de passagem, cada vez mais rapidamente novas. A globalização é um processo praticamente irreversível, os consumidores estão, a cada dia que passa, mais esclarecidos e mais exigentes. E assim, podemos afirmar que as empresas que não tiverem a devida sensibilidade para perceber tais mudanças e que não fizerem as adequações necessárias nas suas estratégias para acompanhar essas mudanças, estão fadadas ao insucesso.

Dentre as inúmeras ferramentas do marketing que as empresas podem utilizar para desenvolver suas estratégias encontramos a distribuição, que definimos hoje como “a melhor maneira de fazer os produtos ou os serviços chegarem cada vez mais perto dos consumidores, facilitando-lhes o acesso aos mesmos”. Essa definição agrega conseqüentemente outros valores aos produtos e serviços, como atenção, atendimento, qualidade, preferência, entre outros, de acordo com os diferentes segmentos de mercado onde a empresa atua. A multiplicidade de canais de distribuição utilizados atualmente pelas empresas e a criatividade utilizada na escolha destes pontos de venda está surpreendendo cada vez mais.

Há muito tempo a Coca-Cola vem utilizando a distribuição como estratégia de vendas, colocando suas maquinas e seus produtos em pontos de vendas, às vezes até inusitados, como locadoras de vídeos, livrarias, lojas de roupas, sem falar na grande sacada dos postos de combustíveis, um local com todos os requisitos indispensáveis para ser um excelente ponto de vendas – grande fluxo de pessoas, fácil acesso, numero elevado de unidades, localização estratégica e geralmente aberto 24 horas.

Um outro exemplo é a Abril S/A: além da venda de assinatura de todas as suas publicações via marketing direto (mala direta ou email-marketing), agora inovou com o “Music Club”, um serviços de vendas de CDs, onde a pessoa recebe em casa um catalogo com as ofertas dos produtos, inéditos, hits ou raridades, faz o pedido e paga com o cartão de credito.

O serviço de atendimento domiciliar de indústrias de eletrodomésticos, Panasonic, Brastemp, Sharp, é outro case de distribuição. Representantes visitam os clientes em suas residências e oferecem seus produtos para compra, com condições especiais, diferentes daquelas que as lojas convencionais trabalham, tipo compra programada em parcelas.

Se fossemos listar as empresas que utilizam a distribuição como estratégia de vendas, faríamos aqui uma relação infinita, assim como são infinitas as novas alternativas dessa ferramenta do mix de marketing. O que se pode ter certeza é que todas as empresas que realmente acompanham as mudanças e as tendências do mercado estão direcionando os seus esforços e sua criatividade, através das novas tecnologias e das tecnologias convencionais recicladas ou das técnicas de marketing direto – telemarketing, catálogos, eventos – para conseguir chegar cada vez mais perto dos consumidores, como fez, na sua simplicidade, o nosso amigo Gilson. E fez isso quando, na sua necessidade de vender mais, segmentou seu público-alvo – os quarteirões do entorno de seu bar; planejou a sua estratégia de distribuição – pedidos por telefone com entrega em domicilio; e, finalmente, quando comunicou a sua estratégia, o novo método de compra – entrega dos folhetos nas residências e no próprio bar. Depois, foi só começar a trabalhar e, logicamente, aumentar o seu estoque de cerveja, já que, segundo ele mesmo afirmou, a quantidade vendida passou a ser cinco vezes maior. Falando nisso, cadê aquele folhetozinho do Gilson?

*Ruy Roberto Ramos é publicitário, consultor na área de Marketing e Propaganda e professor no Curso de Publicidade e Propaganda da UFES – Universidade Federal do Espírito Santo.

O medo

Ouve-se muito falar de pessoas que deixam de fazer  determinadas coisas por medo.  Medo do fracasso, medo do escuro, medo da solidão, medo do insucesso, fobias variadas e até medo de tudo.

Seria o medo um sentimento negativo?

Na verdade, o medo é a manifestação pura e simples do instinto de conservação. É o medo do perigo que aguça os sentidos e permite antecipar providências para evitá-lo ou minimizá-lo.

Não há vergonha nenhuma em admitir certos medos.  É humano e absolutamente natural.

Administra-se o medo com a utilização da razão.

Em estado de medo, abandonar-se ao uso da emoção em detrimento da razão é suicídio.

Quando se sente medo, estabelece-se uma sintonia fina com o instinto natural da sobrevivência.  Medo é a receita natural para a preservação da vida.

Se você se acha medroso, seja bem-vindo ao clube compartilhado pela maioria absoluta e incontestável da população mundial passada, presente e futura.

Há duas aparentes facções principais: os medrosos e os mentirosos mas, na verdade, trata-se apenas de uma perfeita unanimidade.

Sobreviver e conviver com o medo faz parte do status quo de qualquer ser vivo.

Ao se propor dar uma guinada na sua vida, imediatamente começarão a tocar as buzinas dos arautos do fracasso e surgirão os milhões de “motivos” para demovê-lo da idéia.  Os menos ousados, os limitados, os preguiçosos, os incompetentes serão os primeiros a tratar de evitar o seu sucesso apontando tudo aquilo que pode dar errado na sua idéia.

Não se amofine e use toda a negatividade alheia apresentada para refinar a sua análise, controle suas emoções, acione sua razão e parta seguro rumo à realização de seu sonho.

Aprenda a usar os limões de sua história de vida para fazer belas e saborosas limonadas.

Use o ensinamento oriental dos lutadores de artes marciais que se utilizam da força do oponente para ganhar a luta.

Não se deixe contaminar por companhias negativas e procure ambientes positivos para carregar suas baterias.

Medo controlado não é defeito, é virtude.  Defeito é a mentira, a falta de respeito ao semelhante e a maldade consciente.

Acredite nos sonhos, faça o que precisa ser feito, cumpra sua parte nos tratos, trabalhe firme e sem medo em direção a sua realização pessoal.

Ausência total de medo é insanidade e utopia.

A força da decisão

Em muitas situações precisamos nos valer de um bom planejamento para conseguirmos êxito em nossos propósitos.  Note-se a importância da elaboração de um cuidadoso Plano de Negócios para o desenvolvimento satisfatório de alguma idéia ou a realização de algum desejo.  A coisa é tão séria que há pessoas cujo negócio é, exatamente, ajudar outras pessoas a elaborar seus respectivos Planos.

Pensar nos prós e contras, avaliar os riscos, ponderar os passos e estar preparado para os imprevistos são ingredientes indispensáveis para se chegar a um objetivo.

Entretanto há um detalhe que nem sempre é devidamente valorizado mas que  assume o mesmo grau de importância de um bom planejamento e sem ele, na verdade, o planejamento perde totalmente sua importância.

O Plano mais detalhado, mais bem elaborado, mais perfeito sucumbirá inexoravelmente se faltar a força da decisão na hora H.  Entenda-se por decisão a figura da eliminação da inércia, o entendimento da necessidade de se colocar a mão na massa.

Nenhum projeto sai sozinho do papel.  Ele só acontece se acontecer a decisão de executar cada um de seus detalhes.  Não é menos verdade que alguns desses detalhes podem exigir grandes doses de coragem, de desprendimento e de confiança mas deixar de cumpri-los pode ser a condenação ao fracasso.

Assim, se tem um Plano de Negócio ou um Plano de Vida  a executar, se tem um projeto de futuro a realizar ou mesmo se tem o desejo sincero de buscar a realização de um sonho, faça o que precisa feito sem medo de errar.  É muito pior o arrependimento por não ter tentado do que o de ter errado.  Aliás, que o digam os pesquisadores, errar continua sendo uma das mais eficientes  maneiras de aprender.

Confie no seu Plano, no seu Projeto, no seu Sonho mas não fique esperando que alguém faça por você aquilo que lhe cabe.  Para ter sabor especial, o sucesso exige sacrifícios e o primeiro deles é aprender a sair da zona de conforto.   Quantos e quantos casos se conhece de pessoas que perderam magníficas oportunidades de sucesso por não terem sido suficientemente ágeis na sua realização.  É o velho ditado do bobeou, dançou.

Acreditar no sucesso sempre dá a força e a motivação necessárias para encarar qualquer desafio, então encare o jacaré, saia da inércia e vá colher os frutos que merece.

Não espere seu Plano sair do papel, se materializar e subir na árvore para colher aquela fruta madura e saborosa para você.  Use as dicas e os ensinamentos do Plano e vá buscá-la.  Acredite que ela será ainda mais saborosa quando colhida pelas suas próprias mãos.