Palavra de ordem: Iniciativa.

A palavra de ordem do empreendedor é: iniciativa.

Iniciativa de sair da rotina e procurar novas alternativas para o que seja aparentemente óbvio.

Iniciativa de oferecer sua própria competência para a solução de problemas que outras pessoas não estejam conseguindo resolver.

Iniciativa de ter a coragem necessária para encarar as dificuldades que se apresentam ao se decidir empreender.  Muitos deixam de ser empreendedores apenas pela falta dessa dose indispensável de coragem e entenda-se como coragem, a capacidade racional de saber correr riscos calculados e não a demonstração irracional de executar proezas perigosas.

E, também, não nos esqueçamos que, ter coragem é não ter medo de errar ou não ficar tentando achar que isto ou aquilo é mais ou menos difícil.

Pessoas experientes costumam afirmar com a maior tranqüilidade que não existe absolutamente nada difícil de ser feito ou executado.  Difícil é apenas aquilo que ainda não temos a resposta, que ainda não sabemos, que ainda não dominamos.  E isso é tão evidente que nem precisaríamos enfatizar que tudo aquilo que a gente sabe é, para nós, certamente fácil.  Esta máxima pode ser comprovada ao final das avaliações que os professores aplicam nas escolas de todos os níveis.  Surgem dois grupos distintos de alunos.  Um que reclama ou registra que o nível da prova estava baixo e, portanto muito fácil.  Outro grupo que reclama ou registra que o professor pegou pesado, que exagerou na dificuldade da avaliação e que foi “injusto” e “carrasco”. Evidentemente, a única diferença entre esses dois grupos tão distintos é que enquanto o primeiro grupo sabia, o segundo não sabia.  O primeiro estudou e aprendeu enquanto o segundo permaneceu na ignorância.  O primeiro trabalhou e o segundo preferiu a ociosidade.  O primeiro foi responsável e o outro, alienado.

Iniciativa, além do ingrediente coragem, precisa abrigar em sua fórmula, a atitude de buscar com determinação a evolução permanentemente, com a certeza de que sempre será possível melhorar tudo e qualquer coisa que exista.

A evolução traz consigo o aumento da probabilidade de acontecerem situações propícias ao empreendedorismo pelo número de novidades que surgem e pela enorme curiosidade própria do cidadão atual.

Cada um deseja o último modelo de celular, o aparelho de TV com maior fidelidade de imagem, o automóvel mais espetacular de maneira que, acompanhar cada uma destas tendências acaba se tornando um fator de aumento de consumo e fonte de circulação de riqueza. Ora, situações que provoquem aumento de circulação de dinheiro são tudo o que pode desejar um empreendedor empresarial para que aumentem as chances de sucesso de seu negócio.

 

Quando empreender(2)

Deve-se empreender sempre que houver necessidade ou se apresentar a oportunidade. O momento certo de se realizar um empreendimento não possui receita prévia, depende de várias circunstâncias que vão desde o grau de competência do empreendedor, seu nível de coragem, as atuações de seus eventuais concorrentes e sua disponibilidade financeira.

O momento da decisão de empreender pode ser comparado ao momento da decisão de contrair matrimônio e ambos os acontecimentos têm o poder de alterar profundamente o futuro dos envolvidos.  Ambos mudam a rotina de vida das pessoas e exigem forte adaptação voltada à expectativa de obter sucesso e felicidade, assim como trazem momentos de dificuldades, que exigem atenção, amor e determinação para serem superados.  Não é raro se ouvir alguém dizer que fulano é “casado” com o seu negócio.

A escolha do momento mais adequado para se iniciar qualquer empreendimento não costuma ser algo necessariamente previsível e nem, tampouco, tranqüilo uma vez que não temos controle sobre os caminhos que a vida nos obriga a percorrer.  O importante é que a decisão de empreender esteja vinculada à busca permanente pela felicidade e pelo sucesso.

E, por falar em felicidade, muitas vezes a decisão de empreender está vinculada à fuga de um momento de infelicidade.  Empreende-se para fugir de uma atividade estressante, desagradável, para fugir de um patrão inconseqüente, ditador e incompetente, para buscar algo com a possibilidade de nos oferecer mais auto-estima, mais prazer e mais chances de chegar ao sucesso.

Também não há idade mais ou menos adequada para empreender e todos devem conhecer a história daquele empresário octogenário que, para fugir a constrangimentos ligados à perspectiva de sua sucessão, preferiu transferir em vida sua empresa aos herdeiros e partiu sozinho para um novo investimento, criando e desenvolvendo uma nova fábrica de motocicletas.

Procure saber mais sobre a vida deste extraordinário Kazinsky que, depois de conquistar espaços no mercado brasileiro, já se insinua no mercado internacional e anuncia o lançamento de seu primeiro automóvel.  Se o Brasil, um dia, lançasse um Prêmio de Reconhecimento aos empreendedores de maior destaque, poderia, perfeitamente, se chamar PRÊMIO KAZINSKY.

O Nobel brasileiro do Empreendedorismo.

 

Um dia eu sonhei (I)


Ontem eu voltei no tempo

Vi um escravo no tronco

Dorso nu, lanhos profundos

Lágrimas grossas, tremendo ronco


Verdugo sorridente

Látego certeiro

Autoridade imponente

Insensível ao berreiro


Pensei na propalada evolução

Que visa a máquina e não o desafortunado

O verdugo era um patrão

O escravo, um empregado


De repente a cena se esfumaçou

O escravo se libertou

E sorriu para o empresário

O verdugo fez-se pó

E em efeito dominó

Transformou-se o cenário


O chicote fez-se livro ou brochura

Os personagens, parceiros com certeza

O ódio fez-se justiça e ternura

E o patíbulo, uma empresa

Cezar Magalhães

 

Vamos parceirar?

Ao pensar em “Como Empreender” não se pode perder de vista que trabalhar demais, exageradamente, descuidando até da própria saúde não é o melhor caminho para o sucesso.  Trabalhar, entendido aqui com o seu significado convencional que é o de exercer atividade física e intelectual voltadas para a obtenção de recursos financeiros e materiais.

É preciso saber dosar esses esforços e pensar no corpo, no lazer e na saúde para que haja produtividade.

O que enriquece é a produtividade e não a produção.  De pouco adianta trabalhar “27 horas por dia” e deixar de perceber as oportunidades navegando debaixo do nariz, sem condições de percebê-las.

Pode observar que rico trabalha pouco. Ou, pelo menos, trabalha menos do que se possa imaginar à primeira vista.

Observadores do cotidiano afirmam que “Quem trabalha muito é pobre”. Trabalha muito porque planeja pouco, pensa pouco, arrisca pouco e acaba, por força de conseqüência, ganhando também pouco.

É famosa a frase: “Quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro”.  Essa é a idéia que estamos pretendendo desenvolver aqui.

Só que uma boa idéia para se tornar sucesso tem de sair do estágio de idéia e se materializar em forma de um planejamento detalhado, preciso, completo e , principalmente, escrito.

Nesta altura, alguém poderia dizer que um dos mais bem sucedidos empresários brasileiros, Antônio Ermírio de Morais, CEO do poderoso Grupo Votorantin,  declarou várias vezes que trabalha de 12 a 16 horas por dia (e isto é perfeitamente comprovável) e que esta é a razão de seu sucesso.

Aparentemente temos aqui uma incoerência com relação ao que estamos tentando propor mas não é bem assim. Alguém também já disse que quando alguém faz o que gosta, o trabalho passa a ser uma das maiores fontes de prazer e é isto que elimina a incoerência.

Para que o trabalho leve alguém ao sucesso é preciso que ele goste do que faz, que entenda profundamente do assunto, que tenha a capacidade de trabalhar em equipe e que esteja totalmente envolvido por e com uma equipe afinada, capaz, comprometida e motivada.  Esse é o estado que pode ser chamado de parceria múltipla ou de parceria bilateral.

Não é acordar de madrugada e se esfalfar de sol a sol que levará alguém a se destacar no mundo empresarial.  Não é sua capacidade pessoal de produzir que o levará ao sucesso mas, sim, sua capacidade de motivar pessoas a produzirem cada vez mais e melhor.

E nisto, Antônio Ermírio é mestre.

Einstein foi assim.  Ele tinha as idéias, as desenvolvia até certo ponto e, a partir daí, as entregava a um batalhão de matemáticos que concluíam o trabalho pesado enquanto o gênio já se propunha a novos pensamentos e a novas propostas inovadoras e desafiadoras.

Negócios “planejados” apenas na cabeça, tocados de ouvido, não costumam seguir adiante.  Rapidamente sufocam completamente seu autor e o deixam perdido no meio de um redemoinho de ações dispersas.

Em outras palavras, tudo precisa ser escrito para que as coisas andem como planejado.  É preciso tocar por partitura, seguindo os arranjos originais e obtendo a sonoridade prevista.  Só assim haverá segurança nas tomadas de decisões e segurança na condução do rumo do negócio.

Basta olhar ao redor para confirmar aquilo que está sendo dito aqui, ou será que alguém conhece alguma empresa que tenha obtido algum sucesso fazendo as coisas sem critério, sem orientação, sem planejamento, sem análises bem feitas e fundamentadas.  Difícil.

E o mais interessante é que ao se ter um planejamento a ser seguido, tudo acaba ficando mais fácil exatamente por ter sido previsto, pensado, ponderado e decidido.

E é aí que mora o segredo de trabalhar menos e produzir mais e melhor.

Ninguém chega muito longe sozinho.  Precisa constituir uma equipe produtiva, se cercar de gente capaz, comprometida, interessada.

Precisa aprender a conjugar em conjunto o verbo “parceirar”.

 

Pavimentando o caminho do empreendedor – II

Continuamos nossa pequena listagem de atitudes a serem assumidas por quem tem pretensões de vir a ser um empreendedor de sucesso.

 

Duvide da sua certeza e busque mais conhecimento

Há muito se ouve por aí que estamos vivendo uma época onde o bem de maior valor é o da informação.  Um dos primeiros e grandes pensadores a bater nesta tecla foi  Alvin Tofler

Estará mais preparado para o sucesso aquele que detiver a maior quantidade de conhecimentos através da constante busca e aproveitamento de quantidades cada vez maiores de informações.

A palavra de ordem do momento é “Educação Continuada”, que nada mais é do que aceitar o fato de que precisamos estar permanentemente estudando e nos mantendo informados sobre tudo o que esteja surgindo de novidade.

Não há mais espaço para quem acredite que sabe tudo e que não precisa de mais nada.

A própria evolução tecnológica, responsável por lançar novidades e mais novidades, uma em cima da outra, tornando obsoletas muitas vedetes recentes, deve ser a força motivadora para que nos mantenhamos na vanguarda do conhecimento e possamos conviver cada vez melhor com tudo o que vem surgindo por aí.

Cada vez mais os empreendedores lançadores de novidades estão lançando seus produtos para um mercado cada vez mais necessariamente empreendedor.

Aquele que acredita que atingiu o topo do conhecimento, em qualquer área, poder até não estar percebendo num primeiro momento mas, com certeza, acabou de entrar em queda livre e começou a ser ultrapassado por tanta gente que, ao tomar consciência de seu engano, poderá ser tarde para uma recuperação.

Humildade é uma boa palavra de ordem.

Os antigos sabiam das coisas quando viviam repetindo o tão tradicional chavão: O Saber Não Ocupa Lugar.

É bom saber, mas é muito melhor saber que não se sabe tudo.  Alguém, sempre saberá algum detalhe que nos passou despercebido e a prepotência da pretensão de ser o dono absoluto da verdade acaba levando pessoas de bom potencial a um patamar de isolamento.

 

Não se contente em sobreviver, cresça.

Trabalhar apenas para sobreviver é algo que não condiz com o espírito de um empreendedor.

Todo empreendimento precisa ter o propósito de ir além, de buscar algo mais, de ser cada vez melhor e maior.

Contentar-se em estar aonde chegou é dar chance de ser atropelado pela concorrência.

Solas de sapato foram feitas para serem gastas e não para enfeitarem prateleiras.

Se não puder correr, pelo menos ande até ganhar fôlego para reiniciar a corrida, mas não admita parar jamais.

Por que se contentar com uma migalha se há a possibilidade de conquistar a fatia inteira?

Se alguém conseguiu galgar altos patamares, cada empreendedor também precisa se sentir capaz disso.

Se andar a pé, pretenda uma bicicleta.  Na primeira pedalada, pretenda uma moto.  Na primeira acelerada, pretenda um carro. Na primeira manobra, pretenda a estrela do salão do automóvel e não pare por aí.

 

Troque seus empregados por parceiros

Foi-se o tempo do chicote e da prepotência.

A proliferação de escolas de todos os níveis tem permitido um número cada vez maior de pessoas em busca de melhor qualificação profissional e isto tem apresentado alguns confrontos interessantes onde patrões acomodados acabam circundados por empregados de nível superior.

Parceria é uma palavra com sentido de duas mãos e quando patrões e empregados são parceiros, ambos lucram com esta postura.

O funcionário-parceiro age como se fosse dono do negócio evitando desperdícios e cuidando para que tudo ande da melhor maneira possível, além de oferecer informações preciosas sobre o negócio, sobre os clientes e até sobre os concorrentes enquanto que o patrão-parceiro reconhece as necessidades, ouve as sugestões, reclamações e reivindicações agindo com justiça e companheirismo ao sair do pedestal e descer ao nível de seus colaboradores.

 

É fundamental ter a consciência que o caminho até o topo é árduo, espinhoso e exige mudanças de atitude, de comportamento.  É preciso sair da zona de conforto e assumir novos hábitos.  Rotinas precisarão ser alteradas, costumes mudados e um novo planejamento de vida precisará ser feito…e seguido.  Que ninguém pense que o sucesso não tem o seu preço.  Não se pode e nem se deve alterar a ordem natural das coisas:  Construir primeiro para usufruir depois.