CRISE – I

Segundo o dicionário Caldas Aulete, crise é:

sf.

1  Med.  Alteração repentina no quadro de doença (crise cardíaca)

2  Med.  Surgimento repentino de problema de saúde ou agravamento de estado crônico (crise epiléptica)

3  Estado de súbito desequilíbrio mental ou emocional: crise de choro.

4  Fase difícil na evolução de um processo ou situação; APURO; DIFICULDADE: crise econômica, crise matrimonial, crise cambial. [Ger. devido a descompasso entre os recursos e estruturas existentes e novas situações que se desenvolvem.]

5  Estado de incerteza ou ruptura em relação a escolhas, crenças etc. (crise ideológica, crise de identidade)

6  Surgimento ou manifestação repentina de um sentimento; ACESSO; ATAQUE: crise de ciúme.

7  Falta, deficiência, escassez: crise no fornecimento de energia.

8  Soc.  Situação de tensão social, política etc.; CONFLITO

9  Soc.  Situação socioeconômica problemática, ger. acompanhada de desemprego, empobrecimento etc.: A crise de 1929, nos Estados Unidos

10  O mesmo que crise dramática

[F.: Do gr. krísis, pelo lat. crisis.]

Crise dramática

1 Liter. Teat.  Momento culminante de um conflito, uma intriga, uma situação dramática desenvolvida em obra literária, teatral etc.

Toda época tem sua palavra de ordem.

Já passamos por Boko-Moko; É uma brasa, mora; Ele é um pão; Supimpa; Bicho; Legal; Jóia; etc,etc;etc   Ficaria um dia inteiro relacionando palavras que estiveram em moda por algum momento.

Agora estamos vivendo a hora e a vez da crise.

Meu velho pai já dizia com toda a propriedade que, se o momento é ruim para alguém, sempre será ótimo para outro.  Se a corda aperta de um lado, sempre afrouxa de algum outro lado.

Uma coisa é certa: Momento de crise é momento de arregaçar as mangas e trabalhar dobrado.  Momento de crise não é momento para encostar em algum canto e chorar as pitangas.

A história está aí para quem quiser constatar como as crises revelam novos valores, novos rumos e novos vencedores.

De que lado vamos querer ficar ?

Como vamos querer lembrar desta nossa crise atual ?

Vamos nos juntar às carpideiras de plantão ou vamos remar com mais força para sair lá na frente mais fortes e surfando na crista da onda, por sobre as cabeças dos que preferiram a comodidade da desculpa fácil?

Você já escolheu?

Financeiro ou Fiscal?

Numa dessas nossas andanças que fizemos pela vida soubemos de uma empresa que, por omissão de um funcionário, acabou por deixar de recolher as taxas de INSS e de IRRF de alguns colaboradores e, de repente, se viu em dificuldades para conseguir suas certidões negativas de débitos junto aos órgãos arrecadadores.

O resultado foi uma paralisação instantânea das atividades da empresa, impedida de se movimentar enquanto persistisse o problema.

Coisa séria.

Caso venha a estar, algum dia, em situação semelhante lembre-se sempre do seguinte conselho: qualquer empresa sobrevive com problemas financeiros mas emperra e para por problemas fiscais.  Recolhimento de tributos deve ser prioridade absoluta em qualquer situação.

Um dos erros mais freqüentes que se encontra por aí é o empresário confundir saldo de caixa com disponibilidade financeira.  As quantias destinadas ao fisco devem ser reservadas criteriosamente para que os compromissos sejam cumpridos rigorosa e pontualmente sob pena de provocar um verdadeiro “ engessamento” de todas as atividades da empresa.

Inadimplência fiscal é sinônimo de suicídio gerencial e pequenos enganos podem ser responsáveis por enormes dificuldades.  Muitas vezes será necessário reprimir algum desenfreado desejo consumista para manter intacto o numerário destinado a saldar dívidas fiscais.

Apenas um caminho livre e desimpedido junto à Receita permite tranqüilidade para planejar ações e desempenhar adequadamente todas as ações necessárias a uma boa gestão.

Ao se receber qualquer pagamento por venda de produtos ou por serviços prestados, deve-se ter em mente que, deste montante deverão sair, antes do lucro, todas as despesas e todos os encargos de qualquer natureza.  Só então poderemos disponibilizar as sobras para uso próprio.

Parece óbvio mesmo, concordo, mas é incrível como se encontra diariamente casos e mais casos desta natureza.

Bolinha de Pingue-Pongue

Recordar é viver…

Durante todo o ano de 2008, recebi meus honorários de professor universitário através de uma conta salário de um determinado banco(estatal) e mensalmente, nas datas dos respectivos recebimentos, utilizando uma prerrogativa legal, compareci ao caixa do banco para solicitar uma transferência para minha conta corrente em outro banco(também estatal, coincidentemente). Estas transferências, sobejamente conhecidas como DOC, foram feitas sem ônus, normalmente, durante todo o ano, como determinava (e determina)  a lei.

Muito bem!

Bastou começar 2009 para também começarem as surpresas.

Cumpri o ritual costumeiro, compareci ao caixa e fui informado que teria havido uma alteração nos procedimentos e que eu teria de, alem de pagar R$15,00(quinze reais) pelo DOC, comparecer ao RH de minha empresa contratante e solicitar que fizessem eles mesmos, diretamente o depósito de meu salário em minha conta corrente e, não mais em minha conta salário, como até então.

Lá fui eu, cordeiramente até o Departamento de Relações Humanas fazer a solicitação sugerida pelo banco e recebi um papel com as instruções sobre o que deveria, “verdadeiramente fazer”, ou seja, comunicar o banco meu desejo de ter meus parcos recursos salariais transferidos para minha conta corrente em outro banco, etc, etc e que esta providencia caberia exclusivamente ao banco detentor da conta salário e não ao RH da empresa empregadora.

Obedientemente voltei ao banco e, depois de uma fila daquelas que todos conhecemos, fui orientado a fazer uma carta endereçada ao banco oficializando este nosso desejo, ou seja, nada de conversa, tudo no papel.  Não desisti.

A semana havia terminado e, assim que foi possível, fiz a tal carta levei-a ao banco logo na segunda-feira, mas solicitando o protocolo do gerente que não teve alternativa senão aceitar mas informou que estaria encaminhando ao seu departamento jurídico para análise e considerações, blá, blá, blá…  Após uma semana ainda não tinha qualquer retorno sobre a solução do impasse.  Dentro de mais alguns dias sairia o pagamento de mais um mês de salário e, pelo andar da carruagem, o jogo de empurra parecia  continuar, a despeito de todas as providencias que fui orientado a tomar pelos dois lados.

Enfim, quando se trata de direitos de cidadãos e trabalhadores, parece que não existe(e se existe não transparece) nenhuma preocupação em resolver o problema mas sim, devolve-lo ao próprio interessado para que encontre sozinho alguma solução.

De saldo, ficava apenas a desagradável e nada confortável, nem justa, sensação de se sentir uma verdadeira bolinha de pingue-pongue.

Em tempo, devo confirmar a bem da verdade que, assim que tudo foi colocado no papel e protocolado, a solução foi encontrada em tempo recorde e acabei recebendo aquele meu salário iminente já diretamente na conta pretendida, devidamente transferido sem custo.  Moral da história: O RH estava certo e o banco tentava burlar a lei, que conhecia de cor e salteado, imaginando poder se aproveitar da ignorância eventual de seu cliente.

Nós brasileiros precisamos nos dar conta da necessidade de aprendermos a defender nossos direitos com mais convicção.  É uma boa forma de começar a praticar cidadania.

O que a venda tem a ver com Estatística?

Ainda ontem, em meio a uma aula de Estatística que estava ministrando para uma turma do Curso de Engenharia da Faculdade Novo Milênio, de Vila Velha-ES, me dei conta de uma similaridade que ainda não havia percebido.

Muitos autores de Probabilidade e Estatística, ao se referirem à palavra PESQUISA, insistem que ela não se refere exclusivamente a ambientes esterilizados onde fluidos coloridos correm por tubos e retortas de vidro e pessoas vestidas de jalecos brancos, com longas cabeleiras e óculos enormes circulam caoticamente com ares amalucados em meio a vapores com toda a sorte de odores e sabores.

Pesquisa, na verdade, é todo e qualquer processo que se inicia assim que alguém se depara com um problema e sai da inércia para tentar resolvê-lo.

Ao sentir frio e se levantar para ir até o armário em busca de um agasalho, estamos exercendo uma atividade de pesquisa.

As hipóteses começam a ser elaboradas no ato de se levantar da poltrona: — A solução é aquele casaco com gola de pele que deve estar na porta esquerda, ao lado do terno preto.

Como se vê, pesquisar é algo muito mais prosaico e acessível do que se pudesse imaginar.

A similaridade mencionada acima  diz respeito à atividade de VENDA.

Pois é. Vender é algo bem mais simples do que se costuma propalar por aí afora.  Os vendedores de maior sucesso não são aquelas metralhadoras verborrágicas que sufocam seus interlocutores com seus monólogos intermináveis.

Os profissionais de sucesso na área de vendas são os que conseguiram entender que sua função diante de qualquer cliente, não é empurrar uma mercadoria mas, sim, ser o elemento capaz de resolver o problema ou satisfazer o desejo trazido por ele.

Se pesquisar é sair em busca de alguma solução, vender é auxiliar alguém na busca de uma solução para o problema que ele esteja tendo naquele exato momento.

Trababilidade ou Trabalhidade? Sonhabilidade.

A evolução, a globalização, o avanço tecnológico, o aumento da oferta de mão-de-obra, a velocidade alucinante de surgimento, crescimento e desaparecimento de novas alternativas de negócio trouxeram à tona o conceito de TRABALHIDADE ou TRABALHABILIDADE.

Como se pode notar, desaparece a raiz “emprego” para dar lugar à raiz “trabalho”.  Nesta conceituação, torna-se cada vez mais tênue o vínculo entre quem contrata um serviço e quem executa esse serviço. A figura da “carteira assinada” dá lugar a outras formas de contratação de mão-de-obra.

Surgem os trabalhadores autônomos, as cooperativas, a terceirização, o trabalho temporário. O trabalhador começa a perceber que pode emprestar suas habilidades e seus conhecimentos a vários senhores simultaneamente auferindo melhores resultados financeiros e usufruindo de uma maior sensação de liberdade.

O empreendedorismo pode contribuir com toda a sua força e com toda a  possibilidade de vir a se tornar a ferramenta verdadeiramente capaz de promover esta conscientização para a realidade do novo mercado de trabalho.

Através do estudo e do treinamento das técnicas e conceitos do empreendedorismo, as palavras emprego, empregabilidade e trabalhabilidade perderão os seus sentidos teóricos e se tornarão meros sinônimos de luta, de conquista, de objetivos plausíveis, de determinação, de realização e, até de vitória.

Hoje já se inicia o uso de um novo vocábulo que humaniza a análise e coloca no centro da discussão, o ser humano com suas peculiaridades, suas sutilezas, suas virtudes e suas falhas.

Trata-se de SONHABILIDADE onde a capacidade de sobrevivência, de realização e de sucesso não se dissocia da capacidade de sonhar, de almejar posições mais altas na pirâmide social.

Ao formular a pergunta do título, “Quando empreender?” é preciso ter em mente que, muitas vezes empreender significa mudar. Mudar de postura, mudar de conduta, mudar de hábitos, mudar de opinião, mudar de sonhos, mudar de paradigmas.

Muitas mudanças significam cultivar uma boa dose de humildade para admitir, em alto astral, que alguém está fazendo algo melhor do que somos capazes de fazer, que enxergou algo que não conseguimos vislumbrar, que descobriu um nicho que nunca sequer imaginamos e isso tudo é mesmo bastante difícil.

Brigar com os outros sempre foi fácil e a prova disso é a enorme beligerância do ser humano. Olhe em volta e observe a quantidade enorme de guerras que grassam por todo lado.  O bicho gente adora brigar com seu semelhante.

Mas existe um animal com o qual o homem sente enorme dificuldade de brigar e o nome dele é… si mesmo.

Para conseguir aceitar a necessidade de mudança, o homem terá de conseguir vencer a esta luta íntima e identificar seus pontos a serem mudados.

Prepare-se. Não é nada fácil mas, como já aprendemos que não existe o impossível…