Empreender é isso.

É não se conformar com o natural, com o comum, com o corriqueiro e ter convicção para ir buscar mais, sempre mais, cada vez mais.  

Empreender é a adrenalina do inconformado, o vício do obstinado, a motivação do comprometido e o orgasmo do criativo.

A sensação de prazer obtida com a realização de um sonho é o prêmio recebido por aquele que ignorou as pressões contrárias, que se libertou dos paradigmas, que acreditou em si mesmo, que manteve o foco e que atingiu o resultado até então inimaginado pelos demais. 

Isso é empreender. 

É acreditar em si próprio sem desmerecer ninguém. 

È chegar em primeiro lugar onde outros não conseguiram, por mais que tentassem ou quisessem.

Foi essa chama, sempre acesa, da determinação aliada à sede perpétua de conhecimento que permitiu ao homem penetrar nos labirintos das profundezas da matéria e descobrir alguns de seus segredos como a espiral do DNA, os princípios ativos dos medicamentos, os fenômenos piezo elétricos, o chip, a nanotecnologia.

Foram as atitudes empreendedoras que fizeram com que as coisas estivessem cada vez menores, em todos os sentidos, desde à redução dos tempos de deslocamento entre as diferentes regiões planetárias e interplanetárias até os fenômenos abrangentes da globalização e da internet. 

Empreender é se ombrear com aqueles diferenciados que se fazem notar por seu permanente inconformismo e que acabam por ser responsáveis por novidades que mudam o rumo da história. 

Empreender é ser um pouquinho de Thomas Alva Edison e não se conformar em ficar a vida inteira lendo sob a luz de um lampião a querosene. 

Empreender é ousar buscar caminhos melhores e diferentes da reta para unir dois pontos. 

Empreender é acreditar que tudo pode ser feito de maneira diferente e, assim, o melhor é sair correndo atrás da solução sem perda de tempo. 

Empreender é acreditar que não existe problema insolúvel e que a resposta está esperando para ser encontrada por quem estiver disposto a ir buscá-la. 

Empreender é ser feliz como dono de um carrinho de pipoca ou de uma mega fábrica de microchips, fazendo o que gosta e se realizando profissionalmente.

Empreender é enxergar oportunidades onde outros vêem dificuldades.

Empreender é procurar fazer parte da solução e não do problema.

Empreender é saber encarar um obstáculo ou um insucesso, apenas como um estágio a ser superado em direção à obtenção do resultado almejado.

Empreendedor é aquele indivíduo que mesmo estando desempenhando uma atividade que não seja a que mais lhe agrada, procura fazê-la da melhor maneira possível e busca se destacar a ponto de ser reconhecido como referência naquela atividade.

Por tudo isso, imaginemos as enormes probabilidades de sucesso de um empreendedor que venha a exercer uma atividade da qual seja um especialista e, simultaneamente um apaixonado.

O que é empreender ?

Deixando de lado o academicismo e a pureza científica da definição perfeita, empreender é buscar tornar real uma idéia.

Todo empreendedor é, antes de tudo, um sonhador, alguém que vislumbra, em meio a uma aparente mesmice algo que fuja do convencional, alguém que propõe mudança de rumos, alterações de conceitos e ousadia para mudar o status quo do seu meio ambiente.

Sempre é mais cômodo manter as coisas como estão, continuar repetindo tudo da mesma maneira, executar os mesmos movimentos e obter os mesmos resultados. 

A natureza é toda assim.

Tudo acontece da maneira mais fácil, o que significa que o mais fácil é, quase sempre, o mais natural. 

A água desce, o fogo sobe, as coisas caem.                                                                    

O empreendedor é curioso, obstinado, criativo, proativo e otimista.

Não se contenta em conseguir resultados previsíveis, busca mais, busca ser melhor, ignora o óbvio, explora o desconhecido, experimenta o inusitado, saboreia o sucesso, aprende com o fracasso e não se cansa de tentar outra vez, outra vez, outra vez……

Foi preciso um empreendedor para transformar a descoberta do fogo em um archote e depois em uma lamparina até chegar nas lâmpadas modernas sofisticadas.                                                     

Foi essa inquietação do empreendedor que, depois do fogo, dominou a eletricidade, o magnetismo, a velocidade, as distâncias e saiu da fala, do grito, do tantan dos tambores para o rádio, a televisão, o computador, a internet. 

Foi o espírito da não acomodação que tirou o homem das cavernas e o levou aos arranha-céus, que permitiu que ele voasse mais alto e mais rápido que os pássaros.

Empreender é isso.

A RELATIVIDADE DOS NÚMEROS-II

O conceito de grande e pequeno é bastante discutível. Um quilômetro pode ser uma distância enorme para ser vencida de joelhos no pagamento de uma promessa, mas será, também, algo irrisório quando o meio de transporte utilizado for um avião a jato.

Números desacompanhados de suas respectivas unidades não servem para muita coisa. E mesmo acompanhados das unidades, de pouco servirão se não for dada alguma ordem de grandeza comparativa.

Um homem com altura de 1,90m, andando pelas ruas pode ser considerado grande comparado com a média de transeuntes, mas se for um atleta de vôlei, será um tampinha junto a seus companheiros.

Voltar a este tema pode até parecer desnecessário mas é incrível a quantidade de situações que surgem envolvendo situações causadas pela desatenção a este pequeno detalhe.

Ao dar alguma informação que envolva qualquer tipo de quantificação, é preciso atentar cuidadosamente para a certeza de que o interlocutor estará tendo a noção exata deste dimensionamento que lhe estará sendo apresentado.

Incrível a expressão de alegria estampada nos rostinhos dos alunos quando recebem a notícia de que a menor nota da prova foi 10.  Igualmente incrível é o choque causado com a informação de que a maior nota da mesma prova foi 100.

Ao se tratar com números todo cuidado é pouco. Acredite, tome cuidado e pratique. A precisão da informação agradece.

A relatividade dos números

Durante grande parte de minha vida tive contato bastante íntimo com a matemática e agora, iniciando o período da terceira idade, não poderia ser diferente.

Como professor de algumas “matemáticas” que compõem as grades dos cursos de engenharia, tenho mais uma vez a possibilidade de consumar a iniciação de jovens sonhadores que chegam ao curso superior com sérias deficiências de conteúdo aliadas a um terror crônico daquela que, injustamente, recebeu o título de “matéria mais apavorante do mundo”.

Uma diferença básica precisa ser considerada seriamente entre a matemática e as demais disciplinas: ela precisa ser apresentada e assimilada de maneira gradual e contínua e exige certos conhecimentos anteriores antes de permitir os avanços e os upgrades aos temas mais evoluídos.

Este pequeno detalhe é capaz de explicar o grande “bicho-de-sete-cabeças” em que se transformou a matemática e demonstra cabalmente a necessidade de bons “tios” e “tias” no início da caminhada escolar de nossos meninos e meninas, a partir dos cursos pré-primários e do ensino fundamental.

Outras disciplinas permitem uma variação quase aleatória de temas mas a matéria tema deste nosso comentário, ao contrário, exige uma sequência sistemática e gradativa já que certos conceitos necessitam de outros anteriores para seu perfeito entendimento.

Apesar de toda a rigidez e exatidão de seus resultados, quando aplicada à engenharia, a matemática assume um posicionamento relativo e menos exato do que exigem os puristas.

A engenharia trabalha sempre com a figura da margem de segurança, que se utiliza de resultados aproximados suficientes para garantir a segurança e o funcionamento das obras.

É comum alunos perguntarem sobre o nível de exatidão de certos resultados e aí entra em cena uma famosa frase que circula há décadas nos meios acadêmicos: engenharia nada mais é do que a soma de regra de três e bom senso.

Fica claro quando comparamos a exatidão de resultados entre a construção de uma estrada entre duas cidades e a de uma engrenagem de relógio.  No primeiro caso, alguns metros de diferença não seriam significantes enquanto que no segundo exige-se precisão da ordem de frações de milímetro.

Alguém poderia imaginar uma informação tipo: a distância entre as cidades A e B é de 18.784,73 metros, ou seja, dezoito quilômetros, setecentos e oitenta e quatro metros e setenta e três centímetros?  Risível, não?

A lição que fica é a seguinte: A qualidade de uma informação depende mais de sua utilidade do que de sua precisão.

Precisamos aprender a avaliar até quando devemos ir em nossas intransigências e aceitar mais os “erros”, que podem ser tremendos instrumentos para se alcançar o colimado objetivo do sucesso.

Einstein esta mais certo do que nunca ao nos ensinar que, na verdade, tudo é relativo.

RIC-Registro de Identificação Civil

O projeto RIC pretende substituir a carteira de identidade por um cartão com chip, biometria e certificado digital.

Está orçado em 800 milhões de dólares, a serem gastos em oito anos, e deverá substituir as velhas carteiras de identidade impressas (os RGs), usadas há 40 anos para o cidadão provar que é ele mesmo.

A grande novidade é que, com o RIC, cada cidadão passaria a ter um número único.

A idéia é começar com a emissão de 100 mil cartões no primeiro ano, 2 milhões no ano seguinte e incremento geométrico de emissões anuais até o cadastramento total de toda a população em oito anos.

O conjunto de certificação digital, biometria no cartão e senha é o padrão recomendado pelas maiores consultorias do mundo como a melhor forma de fazer autenticação dentro do sistema financeiro.

Evidentemente, como toda novidade, há prós e contras a respeito do RIC e enquanto os defensores sinalizam a vantagem e economia de tempo para qualquer cidadão se identificar sempre que necessário em qualquer situação, outros alertam para a necessidade de uma gigantesca segurança nos softwares a serem utilizados pois em caso de quebra nessa segurança a vida de todos poderia ser devassada e prejudicada por hackers inescrupulosos.

Para estes, o RIC seria uma maneira de total invasão na privacidade do cidadão e resta aguardar o resultado desta colossal quebra de braço entre conservadores e evolucionistas para ver onde irá estacionar o nosso futuro.

Mais uma vez se manifestam as duas caras da inovação e avanço da tecnologia: é muito bom mas…