Ferramentas do empreendedor moderno

Competências empresariais

As habilidades para empreender são adquiridas, em primeiro lugar, em experiências de trabalho na mesma área, mas, também, no contexto familiar e na universidade. As empresas dinâmicas são abertas com muitos anos de amadurecimento. Antes de abrir a empresa, são feitos estudos técnicos, desde projeções de custos e vendas, passando pelo cálculo da renda esperada, até a formulação de um plano de negócios. Estes estudos econômicos dependem em grande parte da educação formal, sendo tanto mais fundamentados quanto mais elevado o grau de instrução do empreendedor.

Redes de relacionamentos e Acesso a recursos

As redes são importantes para a identificação das oportunidades de negócios, acesso mais fácil a recursos (monetários e tecnológicos), acesso às informações (por exemplo, para oferecimentos de produtos customizados para os clientes). Além disso, a consolidação do empreendimento requer do empresário a utilização de uma rede complexa para solucionar seus problemas de financiamento e administração do fluxo de caixa, fazer clientes, contratar trabalhadores capacitados, adquirir equipamento apropriado e, até mesmo, administrar o negócio.

Embora grande parte dos recursos tenha origem em poupanças e aplicações pessoais, também são importantes os créditos de fornecedores e adiantamento de clientes, além da compra de máquinas usadas. As redes, portanto, se mostram mais importantes que o sistema financeiro e os investidores privados. A limitada credibilidade frente ao sistema financeiro é superada com a ajuda de rede de relações e do crédito comercial.

O Porteiro do Puteiro

Deparei-me, dia desses, com uma história que pode ser encarada como um verdadeiro “case” de empreendedorismo.  Caso alguém conheça o autor, por favor me informe para que eu possa dar o crédito merecido.  Enquanto isso, para não privá-los desta maravilha, reproduzo aqui o que encontrei e aguardo pelo julgamento de todos.

Não havia no povoado pior ofício do que ‘porteiro do prostíbulo’.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de idéias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
– A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
– Eu adoraria fazer isso, senhor. – Balbuciou – Mas eu não sei ler nem escrever!
– Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
– Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida  inteira, não sei fazer outra coisa.

-Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.

Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer? Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho. Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.

Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.

Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.

Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra.

E assim o fez. No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:

– Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.

– Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar … já que..

– Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.

– Se é assim, está bom.

Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:

– Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?

– Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens  mais próxima está a dois dias de viagem sobre a mula.

– Façamos um trato – disse o vizinho.Eu pagarei os dias de ida e volta  mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?

Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias…. aceitou.

Voltou a montar na sua mula e viajou. No seu regresso, outro vizinho o  esperava na porta de sua casa.

– Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo. Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras. Que lhe parece?

O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora.   E nosso amigo guardou as palavras que escutara: ‘não disponho de tempo para viajar para fazer compras’. Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.

Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido. De fato, poderia economizar algum tempo em viagens. A notícia começou a  se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam  encomendas.

Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes. Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois,  comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira  loja de ferragens do povoado.

Todos estavam contentes e compravam dele. Já não viajava, os fabricantes  lhe enviavam seus pedidos.

Ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens. Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos. E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc … E após foram os pregos e os parafusos…

Em poucos anos, nosso amigo se  transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas. Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.

Nela, além de ler e escrever,  as crianças aprenderiam algum ofício. No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e lhe disse:

– É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.

– A honra seria minha – disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou  analfabeto.

– O Senhor?!?! – Disse o prefeito sem acreditar.
O senhor construiu um  império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado.  Eu pergunto:
– O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
– Isso eu posso responder. – Disse o homem com calma.
Se eu soubesse ler e escrever… ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO!!!

Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.

As adversidades podem  ser bênçãos.

As crises estão cheias de oportunidades.

Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.

Lembre-se da sabedoria da água:

‘A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna’.

Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.

Quando você quiser saber o seu valor, procure pessoas capazes de entender seus medos e fracassos e,

acima de tudo, reconhecer suas virtudes.

Isso realmente é verídico, contado por um grande industrial chamado

Sr. Tramontina.  

Por que estudar empreendedorismo

É recorrente a história de professores de empreendedorismo que receberam testemunhos de alunos que, inicialmente, não vinham entendendo a razão da disciplina ter sido incluída na grade curricular e que depois, acabaram percebendo que se tratava de uma das mais importantes para sua formação profissional.

É através do estudo do empreendedorismo que se toma conhecimento de que a vida escolar não se resume a obter um diploma que possa garantir a colocação em algum emprego futuro.

Em primeiro lugar, o diploma não oferece esta garantia, mas sim a competência adquirida.

Em segundo lugar, emprego é palavra cada vez mais difícil de ser usada, como vimos anteriormente.

Finalmente, a garantia de colocação no mercado de trabalho depende de uma série de circunstâncias, de coincidências e de atitudes como competência profissional, capacidade de relacionamento e comprometimento individual.

Ao se estudar empreendedorismo, faz-se incursões interessantes em outras áreas do conhecimento humano como, comportamento pessoal e organizacional, recursos humanos, comunicação, ética, marketing, etc

Estudar empreendedorismo permite descobrir a diferença que existe entre empreendedor e empresário e aprender que nem todo empreendedor é empresário mas todo empresário, para ter sucesso, necessita ser empreendedor.

Para ter sucesso como empregado, toda pessoa precisa se tornar um empreendedor de maneira a transformar as dificuldades do caminho em possibilidades de promoções e crescimento pessoal sendo uma dessas maneiras , procurar se tornar indispensável dentro da estrutura organizacional em que esteja inserido.

Outra vantagem de se estudar empreendedorismo na escola é o de ter a oportunidade de conhecer o que vem a ser um Plano de Negócio e depois, na vida profissional, estar familiarizado, conscientizado e capacitado para sua preparação, elaboração e detalhamento.

Ao sair da ótica centenária de treinar pessoas apenas para preencherem vagas nas empresas, as escolas que começam a oferecer estudo de empreendedorismo em suas grades curriculares, estão lançando no mercado, candidatos com maior capacidade de gerar lucros a seus empregadores e, assim, num primeiro momento , estão colaborando para inverter uma polaridade social interessante pois seus alunos têm a oportunidade de se tornarem fortes candidatos a empregados num mercado com emprego em baixa.

Trata-se do mesmo paradoxo que se observa quando, para fugir do desemprego, um empreendedor inicia um novo negócio e logo, com o seu próprio crescimento, acaba proporcionando a geração de novos empregos para auxiliares que irão permitir  e viabilizar esse seu crescimento.

Temos, desta forma, o estabelecimento de um bem-vindo círculo virtuoso onde o desemprego gera empreendedorismo e o empreendedorismo gera emprego.

Ao formar profissionais empreendedores as escolas estarão oferecendo ao mercado, funcionários mais capazes de dar lucro a seus empregadores e isso é tudo o que qualquer empreendedor sonha ao abrir ou ao desenvolver o seu  próprio negócio.

Já se nota uma certa tendência em um grande número de escolas, desde o ensino fundamental, passando pelo médio e já chegando até ao ensino superior, em brindar seus alunos com matérias ligadas ao tema do empreendedorismo e, tudo leva a crer que essa tendência seja irreversível, o que é muito bom.

A própria literatura, escassa até há bem pouco tempo, começa a surgir com bons títulos advindos dos mais diversos países do universo.

De repente, parece que o mundo acordou para a necessidade de incutir o “vírus”do empreendedorismo na maioria de sua população ativa e torna-se bastante visível que o desconhecimento dos princípios e das técnicas  deste  novo verdadeiro fundamento social está, lenta mas inexoravelmente, se constituindo num parâmetro de divisão de águas comparável ao surgimento da informática, poucas décadas atrás.

Muito em breve o mundo poderá também ser catalogado como “antes e depois do advento do empreendedorismo”, como já foi “antes e depois da máquina a vapor”, “antes e depois do avião”, “antes e depois da televisão”, “antes e depois do celular “ etc.

Estudar empreendedorismo acaba sendo até, em determinadas situações, verdadeiras imersões em sessões de auto-ajuda, pois serve enormemente para ajudar a desenvolver a auto-estima dos alunos e a lhes oferecer boas doses de coragem para enfrentar o tão temido “mundo lá de fora”.

Estuda-se já a realização de testes que permitam avaliar o perfil empreendedor do aluno antes e depois de sua permanência na escola, como forma de aferir o efeito da medida de se ter introduzido a disciplina na grade curricular.

Esta providência deverá ser de grande valia para o contínuo aperfeiçoamento das formas e maneiras desta apresentação, contribuindo decisivamente para a elaboração de novas ferramentas didático-pedagógicas especificamente  destinadas ao desenvolvimento da nova disciplina.

Empreendedor nasce feito. Mito ou verdade?

A princípio não se pode afirmar categoricamente que há uma predisposição psicológica dos indivíduos a empreender. Se os indivíduos trazem do berço essas características, ou podem desenvolvê-las, é uma questão que interessa mais a estudiosos e teóricos do que, propriamente ao empreendedor em si.

No processo empreendedor, algumas pessoas se reúnem para abrir uma empresa de uma maneira onde  as competências de cada um têm papel fundamental para a percepção da oportunidade do negócio ou para definir como explorar essa oportunidade. Só depois da idéia madura, já visualizado o segmento de mercado a ser atendido, especificados os clientes e fornecedores, enfim , depois de elaborado um detalhado Plano de Negócios, a empresa é aberta. A duração média do ciclo que vai da percepção da oportunidade até o lançamento da empresa é, no Brasil, de quase três anos, muito tempo para ser  esbanjado sem planejamento.

Outros aspectos complicadores aos quais também devemos dar a devida atenção encontram-se na falta de participação em redes de relações profissionais assim como na dificuldade em aprender a trabalhar em grupo.

O estudo sobre empreendedorismo confirma a necessidade de elevar os níveis educacionais para a efetivação dos programas auto-sustentáveis de geração de emprego e renda. Portanto, esta é uma frente em que as políticas públicas deveriam necessariamente agir apesar de ser cada vez mais frequente encontrar a disciplina de empreendedorismo nas faculdades.

Não se pode afirmar que uma eventual decisão de empreender, muitas vezes causada por necessidade ou até mesmo pelo surgimento repentino de uma idéia revolucionária, possa ser algo ligado a fenômenos genéticos e hereditários.  Exemplos existem por toda parte para comprovar que empreendedorismo pode, sim senhor, ser encarado como um aprendizado a ser adquirido através de cursos, treinamentos, estudos ou mesmo como disciplina incluída nas grades curriculares das mais diversas profissões acadêmicas atuais.

 

Necessidade ou oportunidade ?

Empreender por necessidade é a situação emergencial onde, ao se deparar com o desemprego, o indivíduo busca dentro de si alguma habilidade que possa ser exercida como forma de garantir ou auxiliar sua sobrevivência.

Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, estudos têm demonstrado que, no Brasil, já se empreende mais por oportunidade do que por necessidade e, empreender por oportunidade é fazê-lo ao se deparar com alguma situação que possa ser desenvolvida antes que outro a vislumbre ou mesmo que possa ser desenvolvida no sentido de melhorar, de alguma forma, aquilo que já se esteja fazendo rotineiramente.

O empreendedorismo por necessidade tende a ser maior entre os países em desenvolvimento onde as dificuldades de inserção no mercado de trabalho levam as pessoas a buscar alternativas de ocupação.

Por outro lado, empreender por oportunidade é transformar em realidade alguma idéia nova que possa ter surgido e que tenha se demonstrado viável após um estudo e um planejamento mais acurado.

Num primeiro impulso somos induzidos a imaginar que, ao menos no nosso Brasil, os maiores índices de empreendedorismo sejam os obtidos por necessidade e a surpresa se estabelece quando nos deparamos com pesquisas recentes que apontam exatamente o contrário.

Encontrar um nicho de mercado é o primeiro grande desafio de qualquer um que pretenda ser um empreendedor por oportunidade.

Seja por necessidade ou por oportunidade, empreender é, e sempre será, uma decisão importante e deve ser encarada como tal.  Não se implementa uma decisão importante sem um cuidadoso planejamento e, portanto, empreender é uma música que não deve ser tocada “de ouvido” mas executada através da leitura de uma bem elaborada “partitura”coadjuvada por um bom treinamento.

É necessário que se consiga identificar uma área de interesse, ter uma idéia brilhante, factível e não deixar de fazer o seu plano de negócios.